Capitais têm a menor participação na riqueza do país desde 1999, diz IBGE. São Paulo, Rio, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Manaus corresponderam a cerca de 25% de toda a renda gerada
CLARICE SPITZ
o globo
Atualizado:17/12/13 - 11h15
Atualizado:17/12/13 - 11h15
RIO - O ano de 2011 mostrou um retrato pouco menos desigual na distribuição de riqueza entre os municípios brasileiros. Mesmo assim, a renda dos 10% mais ricos era 94,9 vezes superior ao dos 60% mais pobres, de acordo com a pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios 2011, divulgada pelo IBGE. A pesquisa mostra que, em 2011, as capitais tiveram a menor participação na geração de riqueza do país desde 1999. Elas geravam em 1999, 39,67% da riqueza do país e esse percentual caiu para 33,69%.
Em 2010, a distância entre pobres e ricos era maior: de 96,7 vezes. Em 2007, chegava a 99,3 vezes. A renda gerada por apenas seis municípios (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Manaus) correspondeu a cerca de 25% de toda a riqueza no país. Esses municípios representavam 13,7% da população. Ao se agregar a renda de 55 municípios, chegava-se a cerca da metade do PIB nacional e a 30,9% da população.
Já na última faixa de participação, 1.323 municípios correspondiam a cerca de 1% do PIB e concentravam 3,3% da população. Nessa faixa, estavam 73,7% dos municípios do Piauí, 62,3% dos municípios da Paraíba, 54% dos municípios do Tocantins e 53,3% dos municípios do Rio Grande do Norte.
— Não há uma mudança consistente do ponto de vista da concentração de um ano para outro — diz Sheila Zani, técnica do IBGE.
Segundo Sheila Zani, técnica do IBGE, parte da explicação para a redução da participação das capitais está no fato de que as commodities agrícolas e minerais tiveram grande destaque na economia naquele ano, influenciando municípios fora dos grandes centros. Algumas capitais chegaram a registrar a menor participação da série em 2011: Belo Horizonte, Salvador, Belém, Porto Alegre, São Paulo. O Rio de Janeiro viu sua fatia encolher, sem chegar ao menor nível: passou de 6,8%, em 1999, para 5,1%, em 2011.
Já Porto Velho, São Luís, Fortaleza, Maceió e Campo Grande chegaram ao maior nível de suas participações.
Segundo o IBGE, outra parte da explicação do crescimento fora de capitais está no crescimento das cidades médias. Municípios de 100 mil a 500 mil, considerados médios, em 1999, geravam 25,5% do PIB. Em 2011, passaram a gerar 28,8% do PIB. Segundo a pesquisa, 11 municípios geram individualmente mais de 0,5% do PIB, agregando 8,7% da renda do país, segundo a pesquisa. Entre eles estão: Guarulhos (SP), Campinas (SP), Osasco (SP), Campos dos Goytacazes (RJ), São Bernardo do Campo (SP), Barueri (SP), Santos (SP), Betim (MG), Duque de Caxias (RJ), São José dos Campos (SP) e Jundiaí (SP). Desses, Campos, São José e Jundiaí estão fora de regiões metropolitanas.
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