Reflexões sobre o Brasil do futuro, por Jorge Gerdau Johannpeter, EMPRESÁRIO E PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA GERDAU - ZERO HORA, 26/12/2010.
As comemorações de final de ano normalmente nos levam a momentos de reflexão, em que, por alguns minutos, sonhamos com o que gostaríamos de melhorar em nossas vidas e em nosso país. Gostaria, em minha despedida como colunista de Zero Hora, de perguntar a cada leitor qual é o Brasil que deseja para os próximos anos, para seus filhos e netos. E o que estamos fazendo, verdadeiramente, para que esse desejo se torne realidade.
Sem dúvida, o país evoluiu muito. Foram gerados milhares de empregos e, como consequência também das ações sociais, o mercado interno cresceu expressivamente, o que é fundamental para o desenvolvimento econômico. O Brasil, inclusive, passou com louvor por uma recente prova de fogo – a crise econômica global. Porém, é preciso considerar que o desenvolvimento obtido até agora, embora muito significativo, nos leva a outro desafio: preparar o terreno para os próximos anos, de forma que as futuras gerações possam ter um país mais justo e igualitário, ou seja, tenham igualdade de oportunidades. Portanto, ainda temos muito a fazer.
O problema do câmbio, por exemplo, deverá merecer mais atenção por parte do futuro governo. É aceitável que um BigMac custe 42% mais no Brasil do que nos Estados Unidos? Esse mesmo raciocínio certamente vale para milhares de outros produtos brasileiros que se tornaram mais caros do que os importados. O dólar barato tem sido um instrumento acessório de combate à inflação no Brasil, pois incentiva a aquisição de produtos estrangeiros. Entretanto, também reduz de forma expressiva a capacidade de exportação da indústria. Esses dois fenômenos, conjuntamente, têm gerado uma desindustrialização de etapas da cadeia produtiva. Afinal, queremos ser um país com uma indústria forte, tecnicamente desenvolvida, geradora de empregos de qualidade e apta a enfrentar a concorrência global, ou vamos continuar a ser, essencialmente, um exportador de commodities?
Além disso, precisamos ampliar a poupança interna, especialmente a pública, e reduzir os juros, que devem chegar a patamares internacionais. Baratear o custo do dinheiro para empresas, consumidores e para o próprio governo é fundamental para aumentar os níveis de investimento e gerar empregos de qualidade. Conforme discutimos várias vezes nesta coluna, é fundamental também um trabalho intenso no campo tributário, para zerar impostos sobre a exportação e o investimento produtivo, outro fator que eleva os preços dos nossos produtos em outros países.
Ao longo de quase três anos, busquei estimular o debate a respeito de questões que, a meu ver, são fundamentais para a melhoria da qualidade de vida do Rio Grande e do Brasil. Me despeço desta coluna reforçando o desafio de definirmos aonde queremos chegar como Estado e como nação, o que necessariamente requer a definição de metas estratégicas e o seu devido acompanhamento. Inquestionavelmente, é preciso um trabalho intenso para ampliar o desenvolvimento social e tornar o Brasil mais competitivo – um esforço para o qual todos nós devemos dar nossa contribuição.
Me despeço desta coluna reforçando o desafio de definirmos aonde queremos chegar como Estado e como nação
A ganância do Estado brasileiro produz arrecadações recordes em impostos oriundas de taxas abusivas cobradas do trabalhador, gastas para manter a máquina pública mais cara do planeta e desperdiçadas em obras superfaturadas, salários extravagantes, farras, privilégios e assistencialismo sem contrapartidas, em detrimento de serviços, direitos e garantias devidas a todo o povo brasileiro.
PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL - Art.150, § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.
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