A ganância do Estado brasileiro produz arrecadações recordes em impostos oriundas de taxas abusivas cobradas do trabalhador, gastas para manter a máquina pública mais cara do planeta e desperdiçadas em obras superfaturadas, salários extravagantes, farras, privilégios e assistencialismo sem contrapartidas, em detrimento de serviços, direitos e garantias devidas a todo o povo brasileiro.
PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL - Art.150, § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
POR QUE TUDE É TÃO CARO NO BRASIL?
COMPARAÇÃO DESANIMADORA - Impostos, câmbio e consumo explicam a disparidade no custo de um mesmo produto vendido no país e em lojas estrangeiras - MARTA SFREDO, diario catarinense, zero hora, 27/06/2011
Uma das consequências do aumento do poder de compra dos brasileiros é que os consumidores estão mais conscientes da diferença de preços entre produtos vendidos no país e lá fora.
Com o maior acesso a informações, viagens e internet, mais gente passou a fazer comparações.
– Hoje, o brasileiro paga mais por praticamente tudo – afirma Paulo Rabelo de Castro, coordenador do Movimento Brasil Eficiente.
Entre pagar caro e recorrer a compras no exterior, o bolso dita a decisão, o que aumenta os gastos dos brasileiros em moedas de outros países – especialmente em dólares.
Um dos principais motivos para explicar isso está na forma como os impostos são aplicados no Brasil, explica Fernando Steinbruch, diretor do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Aqui, a maior parte da cobrança é feita sobre o consumo, não em salários ou riqueza acumulada.
– É injusto. O peso é maior para quem ganha menos. A pessoa pode ser isenta de Imposto de Renda, mas paga, e muito, ao comprar. Em países desenvolvidos, a situação é inversa.
Com a experiência de quem pesquisa diferenças nos preços no Brasil e em outros países, Alcides Leite, professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios, acrescenta entre as causas a valorização do real e a disparidade na quantidade vendida aqui e nos países ricos. E ainda dá esperança:
– Com mais gente na classe média, começa a crescer o número de pessoas que comparam preços e reclamam. Até agora, imposto era um assunto da elite, não do povão.
Imposto não é o único culpado
Na sua análise, Leite chegou a uma conclusão desanimadora.
– Todas as comparações são desfavoráveis ao Brasil. Os carros custam o dobro em relação aos EUA, e produtos de luxo chegam a ter preço quatro vezes maior. A única exceção é o alimento.
Ao buscar explicações para o abismo que separa o valor de carros, eletrônicos e até acessórios em vitrinas, o economista encontrou três: impostos, real valorizado e volume de consumo.
– (As causas) dividem a responsabilidade em partes iguais, um terço cada – responde.
Se impostos, taxas e encargos embutidos na conta dos brasileiros aumentam a quantidade de reais necessária para a compra aqui dentro, outro fenômeno que afeta o dinheiro usado no Brasil ajuda a aliviar o peso das encomendas lá fora.
Resultado da combinação entre a melhora da situação nacional e a piora relativa da economia nos EUA, quando se faz o câmbio em dólares é preciso menos reais para chegar ao valor pago na moeda americana.
Vilão mais óbvio dos preços altos, a pesada carga tributária não é a única culpada, afirmam profissionais especializados nas técnicas de formação de preços.
– Os empresários culpam o governo, a falta de estrutura, os salários altos. Tudo isso tem fundamento, mas muitas empresas não fazem sua parte, que é a de reduzir os custos internos, especialmente desperdícios, e a maioria tem margem de lucro muito alta – explica Luiz Cimatti, diretor da LC Consultorias.
Fábio Aquino, sócio da Intelectas Brasil, consultoria especializada em formação de preço, lembra que também há três fatores a considerar: 1) quanto custa o produto, que define o mínimo; 2 ) quanto o consumidor está disposto a pagar; e 3) a concorrência, que faz o equilíbrio entre um e outro.
– Em mercados mais maduros há mais competidores, o que faz com que haja maior oferta e equilíbrio de preços – resume Aquino.
O economista Alcides Leite é otimista. Tanto o aumento dos competidores, que chegam atraídos por um mercado maior, quanto a evolução do Brasil para um país de renda média são uma fase de transição.
– Nos próximos cinco a seis anos, veremos mudanças bastante significativas – diz.
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