PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL - Art.150, § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

sábado, 30 de agosto de 2014

E A ECONOMIA ENCOLHEU


ZERO HORA 30 de agosto de 2014 | N° 17907. 


SEM CRESCIMENTO NEM PIBINHO


FORTE QUEDA NOS INVESTIMENTOS, freada no consumo das famílias e indústria sem recuperação à vista derrubam Produto Interno Bruto brasileiro no segundo trimestre em 0,6%. IBGE também revisa resultado do primeiro trimestre, que passa a ser negativo. Especialistas debatem se país está em recessão ou estagnado

A um mês das eleições, o retrato revelado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra a economia brasileira em situação frágil e preocupante. O país registrou dois trimestres seguidos de queda pela primeira vez desde o fim de 2008, época do auge da crise internacional. De janeiro a março, o resultado foi revisto para redução de 0,2%. E de abril a junho, sob impacto negativo da Copa, de freada no consumo das famílias e forte retração dos investimentos, o recuo foi ainda mais expressivo, de 0,6%. O quadro da economia se divide entre recessão e estagnação, segundo especialistas, mas todos concordam que o resultado é muito ruim para um país em desenvolvimento.

Os investimentos em máquinas para fábricas, transporte, agropecuária, energia, entre outros, tiveram as maiores quedas desde o auge da crise internacional, entre 2008 e 2009. Nesse item, já são cinco trimestres seguidos no negativo. No segundo trimestre, o tombo foi de 5,3%. Esse componente é tido como dos mais importantes do PIB, pois sinaliza o quanto a economia terá capacidade de crescer no futuro por meio do aumento da capacidade de produção e da infraestrutura.

– O destaque negativo são realmente os investimentos. O menor resultado antes desse foi no primeiro trimestre de 2009, quando caíram 11,8% – comparou Rebeca Palis, gerente da coordenação de contas nacionais do IBGE.

O consumo das famílias teve, pelo menos, o 43º trimestre consecutivo de alta (na comparação com igual período do ano anterior), mas, sob impacto do endividamento e da escassez de crédito, houve redução no ritmo.

Do primeiro para o segundo trimestre, ditaram o tombo do PIB a indústria e os serviços, com quedas de 1,5% e 0,5%, respectivamente. A agropecuária teve leve alta de 0,2%.

RISCO DE PERDERA SÉTIMA POSIÇÃO

O assunto entrou de vez no debate eleitoral. Enquanto os candidatos à Presidência aproveitaram para criticar a política econômica do governo, a presidente Dilma Rousseff (PT) citou o excesso de feriados, por causa da Copa do Mundo, e a economia internacional como responsáveis pelo resultado. A maioria dos economistas discorda dessa avaliação.

– Que crise? A estagnação é efeito direto da política econômica do governo – disse José Luís Oreiro, professor do Instituto de Economia da UFRJ, criticando a falta de estratégia na gestão da economia e lembrando o forte crescimento nos Estados Unidos.

Hoje, o país é a sétima maior economia do mundo. Mas já se projeta a perda dessa posição no futuro. A Índia pode ultrapassar o Brasil antes do previsto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Nas projeções da instituição, a nação asiática superaria a economia brasileira em 2018. O estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, considera bastante provável que isso ocorra já em 2017.

– O Brasil, que chegou a se aproximar do sexto lugar, agora fica mais afastado e pode até perder esse patamar antes do previsto – disse Rostagno.



Nenhum comentário:

Postar um comentário