Com o clima dos jogos na Capital, preços subiram mais do que a inflação medida pela FGV neste ano
por Erik Farina, ZERO HORA 26/06/2014 | 05h01
Assistir aos jogos da Copa do Mundo com amigos em bares ou celebrar as vitórias da Seleção abastecido por chope e cerveja virou programa de luxo em Porto Alegre. Alimentos e serviços associados ao clima dos jogos subiram mais do que a inflação medida pela Fundação Getulio Vargas (FGV) neste ano.
A comida em bares e restaurantes aumentou 6,44% de janeiro a maio, quase o dobro da média da inflação na Capital, a mesma situação de sanduíches, cafezinho e bebidas — da água sem gás à cervejinha no boteco.
A disparada se acelerou depois do início da Copa, em 12 de junho: nos últimos dias, bebidas alcoólicas chegaram a subir três vezes mais do que a média, enquanto hotéis e empresas aéreas encareceram seus serviços em 9,83% e 7,75%, respectivamente — um peso também no bolso de turistas. Essas altas são, respectivamente, 61 e 48 vezes acima da inflação.
— Com maior procura por esses serviços, companhias aéreas e hotéis aparentemente mantiveram as tarifas cheias, sem as promoções habituais para quem compra antecipado — avalia Márcio da Silva, coordenador do escritório do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da FGV em Porto Alegre.
Reservas retornaram ao mercado em alta
Conforme o presidente do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (Sindpoa), Henry Chmelnitsky, a alta nas diárias pode ser resultado da devolução, por parte da Match, agência oficial da Fifa, de 1,2 mil dos 2 mil quartos reservados na Capital. Algumas unidades retornaram ao mercado em maio.
— Como estava muito próximo à Copa, os hotéis mantiveram tarifas de balcão (sem descontos) para negócios em cima da hora — diz Chmelnitsky.
Depois de recuar mais de 4% nos primeiros cinco meses do ano, em razão da expansão da malha autorizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as passagens aéreas voltaram a ir às alturas na terceira semana de junho. A pesquisa da FGV avalia o preço para o mesmo destino levando em conta o mesmo intervalo de dias.
Conforme a assessoria de imprensa da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), o aumento médio no preço das passagens pode estar associado à expansão da demanda em razão das férias escolares de julho.
Nem tudo se relaciona ao torneio
A alta nos preços de alimentos fora de casa foi mais modesta nos últimos 30 dias, mas disparou desde o início do ano. Conforme a Fundação Getulio Vargas, trata-se do resultado do aumento no valor de alguns itens no atacado e o acréscimo de custos com serviços. A maior alta foi em refrigerantes e água mineral.
— Os bares e restaurantes tiveram aumentos expressivos nos custos desde o início do ano, não tem relação direta com a Copa. Não temos notícias de estabelecimentos que tenham alterado os cardápios só para o evento, por exemplo — garante Henry Chmelnitsky, presidente do Sindpoa.
Alguns itens com muita saída — como caipirinhas e chopes, ingeridos impiedosamente por estrangeiros que passam por Porto Alegre — tiveram aumento de preço mais intenso nos últimos dias, reconhece o dirigente. Entretanto, os valores devem voltar ao patamar anterior depois do torneio, adequando-se à demanda tradicional.
A inflação na Copa
Assistir aos jogos da Copa do Mundo com amigos em bares ou celebrar as vitórias da Seleção abastecido por chope e cerveja virou programa de luxo em Porto Alegre. Alimentos e serviços associados ao clima dos jogos subiram mais do que a inflação medida pela Fundação Getulio Vargas (FGV) neste ano.
A comida em bares e restaurantes aumentou 6,44% de janeiro a maio, quase o dobro da média da inflação na Capital, a mesma situação de sanduíches, cafezinho e bebidas — da água sem gás à cervejinha no boteco.
A disparada se acelerou depois do início da Copa, em 12 de junho: nos últimos dias, bebidas alcoólicas chegaram a subir três vezes mais do que a média, enquanto hotéis e empresas aéreas encareceram seus serviços em 9,83% e 7,75%, respectivamente — um peso também no bolso de turistas. Essas altas são, respectivamente, 61 e 48 vezes acima da inflação.
— Com maior procura por esses serviços, companhias aéreas e hotéis aparentemente mantiveram as tarifas cheias, sem as promoções habituais para quem compra antecipado — avalia Márcio da Silva, coordenador do escritório do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da FGV em Porto Alegre.
Reservas retornaram ao mercado em alta
Conforme o presidente do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (Sindpoa), Henry Chmelnitsky, a alta nas diárias pode ser resultado da devolução, por parte da Match, agência oficial da Fifa, de 1,2 mil dos 2 mil quartos reservados na Capital. Algumas unidades retornaram ao mercado em maio.
— Como estava muito próximo à Copa, os hotéis mantiveram tarifas de balcão (sem descontos) para negócios em cima da hora — diz Chmelnitsky.
Depois de recuar mais de 4% nos primeiros cinco meses do ano, em razão da expansão da malha autorizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as passagens aéreas voltaram a ir às alturas na terceira semana de junho. A pesquisa da FGV avalia o preço para o mesmo destino levando em conta o mesmo intervalo de dias.
Conforme a assessoria de imprensa da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), o aumento médio no preço das passagens pode estar associado à expansão da demanda em razão das férias escolares de julho.
Nem tudo se relaciona ao torneio
A alta nos preços de alimentos fora de casa foi mais modesta nos últimos 30 dias, mas disparou desde o início do ano. Conforme a Fundação Getulio Vargas, trata-se do resultado do aumento no valor de alguns itens no atacado e o acréscimo de custos com serviços. A maior alta foi em refrigerantes e água mineral.
— Os bares e restaurantes tiveram aumentos expressivos nos custos desde o início do ano, não tem relação direta com a Copa. Não temos notícias de estabelecimentos que tenham alterado os cardápios só para o evento, por exemplo — garante Henry Chmelnitsky, presidente do Sindpoa.
Alguns itens com muita saída — como caipirinhas e chopes, ingeridos impiedosamente por estrangeiros que passam por Porto Alegre — tiveram aumento de preço mais intenso nos últimos dias, reconhece o dirigente. Entretanto, os valores devem voltar ao patamar anterior depois do torneio, adequando-se à demanda tradicional.
A inflação na Copa