PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL - Art.150, § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

INFLAÇÃO FICA ACIMA DA META E PRESSIONA JURO

ZERO HORA 11 de abril de 2013 | N° 17399

ALÉM DA CONTA - Inflação pressiona juro

IPCA acumulado em 12 meses fica acima do teto da meta projetada pelo governo, o que pode exigir novo rumo da Selic



O teto da meta estipulada pelo governo para a inflação em um ano estourou em março. Divulgado ontem, o índice aumenta a pressão do mercado por uma reação do Banco Central (BC) em relação à taxa básica de juro (Selic).

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador utilizado no sistema de metas de inflação, alcançou 6,59% em 12 meses, a maior taxa desde novembro de 2011. Na próxima quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciará se altera ou não a Selic, atualmente em 7,25% ao ano. Ontem, depois da divulgação do IPCA pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a enfatizar que o governo não poupará medidas para conter a inflação “e impedir que ela se propague”.

Os alimentos foram os principais responsáveis pelo estouro do teto da meta – de 6,50% –, respondendo por cerca de 50% da inflação no período de 12 meses.

– Os produtos agrícolas continuam subindo, mas desta vez não apenas em razão de problemas climáticos, mas também do encarecimento do frete – explica Priscila Godoy, economista da Rosenberg & Associados.

Embora exerça a maior pressão sobre o IPCA, o grupo alimentos não é o único vilão da disparada de preços: habitação e despesas pessoais subiram 0,51% e 0,54%, respectivamente. Conforme a Rosenberg & Associados, 69% dos itens analisados pelo IBGE ficaram mais caros em março, o que aponta uma alta difusão da inflação.

– Os números devem levar o BC a elevar o juro já na reunião da próxima semana, até para sinalizar que o governo está preocupado em perseguir as metas da inflação – avalia Priscila.

Para Alberto Ramos, diretor de Pesquisas para a América Latina do Grupo Goldman Sachs, a inflação está elevada, com grande nível de disseminação, o que torna inevitável para o BC aumentar o juro no curto prazo.

Coordenador da área de Economia Aplicada do Ibre/FGV, Armando Castelar faz outra análise. Entende que a desaceleração do IPCA desde o início do ano e a queda no preço dos alimentos no atacado nas últimas semanas podem indicar ao governo que o indicador voltará a flutuar abaixo do teto da meta nos próximos meses.

– O governo já esperava que a inflação superasse o teto em março, e tem perspectiva de que siga desacelerando nos próximos meses. Não me surpreenderia se o BC não elevasse os juros neste primeiro semestre, enquanto não tiver certeza se a inflação continuará subindo.

Em março, o IPCA avançou 0,47%, abaixo de fevereiro (0,60%). O efeito do corte de tributos em itens da cesta básica, anunciada no início do mês passado, ainda não pôde ser percebido com clareza, segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

*Com agências de notícias

ERIK FARINA*



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