PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL - Art.150, § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

POSTOS REAJUSTAM ACIMA DO PROJETADO


ZERO HORA 31 de janeiro de 2013 | N° 17329

PRESSÃO NAS BOMBAS

Postos reajustam preço da gasolina acima do projetado. Combustível subiu 6,6% das refinarias, e Mantega disse que alta não passaria de 4% para consumidor


No primeiro dia após o anúncio de aumento dos combustíveis no país, 70% dos postos pesquisados por Zero Hora em Porto Alegre aumentaram o preço da gasolina nas bombas. O reajuste médio constatado chegou a 6,6% (mesmo índice aplicado nas refinarias), alta de cerca de R$ 0,18 por litro – acima dos 4% estimados pelo governo como impacto aos consumidores.

Dos 30 estabelecimentos visitados pela reportagem, 11 informaram alta de R$ 0,20 no litro da gasolina. Proprietário de um posto de combustível na zona Sul da Capital, Martin Tutton trocou as tabelas de preço na tarde de ontem, após a entrega da primeira carga reajustada na refinaria.

– Por enquanto, aumentei R$ 0,10 o litro. Conforme os cálculos dos custos e margem de lucro, poderei subir mais na próxima semana – disse Tutton.

Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a alta nos postos de combustíveis não passaria de 4%.

– Faz muitos anos que o preço da gasolina está defasado em relação à inflação. É uma pequena correção que não vai atrapalhar ninguém – disse.

Depois de ver os primeiros reajustes de preço no país, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o governo vai fiscalizar o repasse:

– O governo concedeu aumento de 6,6% e vai fiscalizar. Não pode chegar a esse patamar. Se chegou, é irregular.

Na tentativa de atenuar o impacto do aumento do combustível nas refinarias no preço nos postos, o ministro Lobão informou que o governo vai antecipar em dois meses o aumento da mistura do etanol na gasolina de 20% para 25%. Prevista para junho, começará a valer em 1º de maio. Em 2011, o percentual de álcool adicionado à gasolina teve redução de cinco pontos por causa da falta de etanol.

A Fecombustíveis (entidade nacional dos postos) informa que o percentual do repasse depende de fatores como concorrência, demanda e variações de margens de lucro de postos e distribuidoras.

Energia mais barata vai amortecer peso na inflação

A alta nas bombas poderia ser menor que o aumento de 6,6% repassado às refinarias porque o combustível recebe uma adição de 20% de álcool nos postos, produto com preço menor. Mas, na prática, essa não deverá ser a regra.

– Muitos postos aproveitam para repor a margem de lucro, já que o preço é livre. Por isso, o aumento médio deve ficar acima do valor estimado pelo governo – disse Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura.

Na inflação, a alta no entanto, tende a ser compensada pela queda nas contas de energia, avalia o economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas.

– Não fosse a redução da energia, que supera o aumento da gasolina, o impacto na inflação seria bem mais apimentado – acrescenta Braz.

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