ZERO HORA 07 de fevereiro de 2015 | N° 18066
ECONOMIA. Inflação acelera e tem maior aumento mensal em 12 anos
SECA ELEVA PREÇOS de alimentos e da energia elétrica e leva o IPCA a 1,24% em janeiro. IBGE avalia que pressão deve se manter em fevereiro.
Sob pressão dos aumentos da energia elétrica e dos alimentos, a inflação acelerou no mês passado e chegou a 1,24%, o maior percentual desde fevereiro de 2003. A forte aceleração em janeiro levou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses a 7,14% – maior alta desde setembro de 2011 e bastante acima do centro da meta de inflação para este ano, de 4,5%, e até do limite do teto, de 6,5%.
A tendência é de que a inflação continue em patamar elevado, avaliou a coordenadora dos índices de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos, ao divulgar os dados ontem. Gasolina, ônibus e energia elétrica devem influenciar o índice em fevereiro. Além disso, há os reajustes dos colégios e dos materiais escolares, tradicionalmente majorados nesta época do ano.
A pressão da inflação no começo deste ano, principalmente com o governo repassando as altas da energia elétrica para o consumidor, fez a Tendências Consultoria Integrada alterar a projeção para o IPCA neste ano.
– A estimativa de 6,8% deve ser revista para entre 7,3% e 7,5% – disse Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria.
Já se cogita no mercado financeiro nova alta de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juro, para 12,75% ao ano, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, em março.
A tarifa de energia foi o item de maior impacto em janeiro, com aumento médio de 8,27%. Em Porto Alegre, chegou a 11,66%, que refletiu parte do reajuste da CEEE de 22,41% em vigor desde 8 de dezembro. Além disso, o índice absorveu o impacto da entrada em vigor do sistema de bandeiras tarifárias, que repassa ao consumidor o gasto maior com o acionamento das usinas térmicas.
– Além de prejudicar alimentos, agricultura e pecuária, a falta de chuva fez com que a energia elétrica passasse a ser um problema para o país. Aumentou o preço (da energia) e, como consequência, o IPCA veio forte – explicou Eulina.
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