PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL - Art.150, § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

INFLAÇÃO MOVIDA A TOMATE E BATATA


ZERO HORA 10 de abril de 2014 | N° 17759


CADU CALDAS

NO PRATO DO DRAGÃO

Índice tem maior resultado desde abril de 2003 e empata com dezembro passado, o que eleva projeção de estouro da meta


Depois de dispararem de preço no ano passado, o tomate e a batata-inglesa voltaram a se tornar o prato favorito do dragão da inflação neste ano. Com apetite cada vez mais voraz, fez o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegar a 0,92% em março ajudado pela alta dos alimentos.

Omês passado registrou a maior taxa mensal desde abril de 2003 (0,97%), empatando com dezembro de 2013. A alta nos preços acumulada em 12 meses chegou a 6,15%, aumentando as apostas em um estouro do teto da meta do governo em 2014, de 6,5%. Neste início de ano, fatores como calor intenso e mão de obra escassa impactaram a produção agrícola. No caso da batata, a alta de 35,05% no quilo reflete a quebra de parte da safra.

O calor também prejudicou a produção de tomate, cujo preço subiu 32,85% no país em 30 dias. Obrigados a trazer o fruto de outros Estados para abastecer as prateleiras, fornecedores enfrentaram aumentos nos custos de transporte. Apesar disso, as altas mais expressivas ocorreram no varejo, sugerindo que a expectativa de comerciantes com o comportamento dos preços fez o valor nas gôndolas subir.

– O produtor não está recebendo mais. Outros segmentos estão aproveitando para ganhar em cima da quebra – diz Evandro Finkler, presidente da Associação dos Produtores da Ceasa.

Juro sobe, mas não causa efeito esperado

Mesmo os sucessivos aumentos no juro, considerado o grilhão mais eficaz para segurar o dragão, não foram suficientes para frear o ritmo inflacinário. Os preços livres desaceleraram de forma lenta. O acumulado de 12 meses em abril de 2013 era de 8,07% ante 6,98% em março deste ano. Mas a queda teve o impacto reduzido pela aceleração dos preços administrados, aqueles que o Estado decide quando aumentar, como energia e gasolina. O acumulado em 12 meses passou de 1,56% em abril do ano passado para 3,41% em março.

Para Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o governo demorou a fazer o diagnóstico correto para o problema e não implementou ações adequadas para impedir a disparada de preços:

– O problema é que não temos oferta, e pouco se fez para mudar isso.


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