FOLHA.COM 05/01/2014 - 02h15
'Farofa chique' vira opção aos preços altos em Maresias (SP)
NATÁLIA CANCIAN
ENVIADA ESPECIAL AO LITORAL NORTE
"O pessoal do cooler está invadindo a praia", afirma o vendedor Eduardo Scheid, 38, atrás da barraca onde vende bebidas –vazia ao fim de uma manhã de sol.
O diagnóstico, repetido à exaustão por outros donos de barracas de bebidas e alimentos, ocorre na badalada praia de Maresias, em São Sebastião, onde isopores e caixas térmicas já se espalham sob os guarda-sóis, em uma espécie de "farofa chique".
E às vezes, nem tão chique assim. "Ontem, trouxeram até um freezer de alumínio, compraram gelo e colocaram dentro", afirma a ambulante Marli Lima, 36, que diz trabalhar há mais de dez anos no litoral norte paulista.
"Antigamente em Maresias era um pessoal bonito, que não reclamava para comprar. Agora o pessoal está trazendo tudo de casa", diz Lima, que distribuiu 13 conjuntos de guarda-sóis e cadeiras para conquistar clientes –mais da metade deles, porém, levava a tiracolo uma caixa térmica "equipada" de casa.
Vendedores dizem já sentir queda de até 30% nas vendas nesta temporada.
Bruno Poletti/Folhapress
Casal com isopor com bebidas na praia de Maresias; ambulante diz que vendas caíram
"Neste ano, o que a gente vende em uma semana, antes vendia em um dia ", reclama Júnior Pereira, 20, que trabalha na região.
A única zona (quase) livre da invasão das caixas térmicas é a que fica em frente a alguns restaurantes badalados, que chegam a aumentar o valor cobrado de consumação caso isso ocorra —de R$ 20, o valor passa a R$ 35.
O valor se refere ao total cobrado por pessoa para o empréstimo de mesas, cadeiras e guarda-sóis em frente aos estabelecimentos.
Mesmo com a cobrança extra, turistas dizem que trazer a caixa térmica com bebidas extras vale a pena –principalmente para economizar na cerveja, a R$ 11 a garrafa.
"Ontem não trouxemos e a conta ficou em R$ 550 para dez pessoas", afirma a professora Rúbia Amaral, 34, que saiu de Rio Claro, no interior de São Paulo para passar o Réveillon em Maresias.
Nas barracas, uma lata de cerveja pode custar até R$ 7.
SEM DESPESA
"A única coisa que gastei até agora foi uma água de coco", afirma o gerente de novas mídias Diego Felice, 30, no meio de uma tenda com mais de 12 familiares e amigos –incluindo uma caixa térmica com água, cerveja, e salgadinhos.
O casal Fernando Park, 32, e Alessandra Oliveira, 25, também aderiu ao kit com comida e bebida. "É para economizar, vale mais a pena", diz Park. "Ano passado, não trouxe [o cooler] e gastei mais do que o planejado."
A vendedora Carla Maiara da Silva, 17, diz que sentiu uma mudança no perfil da praia nos últimos tempos.
"Estão trazendo mais coolers e tendas. Já trouxeram até churrasqueira. Nunca tinha visto isso."
'Farofa chique' vira opção aos preços altos em Maresias (SP)
NATÁLIA CANCIAN
ENVIADA ESPECIAL AO LITORAL NORTE
"O pessoal do cooler está invadindo a praia", afirma o vendedor Eduardo Scheid, 38, atrás da barraca onde vende bebidas –vazia ao fim de uma manhã de sol.
O diagnóstico, repetido à exaustão por outros donos de barracas de bebidas e alimentos, ocorre na badalada praia de Maresias, em São Sebastião, onde isopores e caixas térmicas já se espalham sob os guarda-sóis, em uma espécie de "farofa chique".
E às vezes, nem tão chique assim. "Ontem, trouxeram até um freezer de alumínio, compraram gelo e colocaram dentro", afirma a ambulante Marli Lima, 36, que diz trabalhar há mais de dez anos no litoral norte paulista.
"Antigamente em Maresias era um pessoal bonito, que não reclamava para comprar. Agora o pessoal está trazendo tudo de casa", diz Lima, que distribuiu 13 conjuntos de guarda-sóis e cadeiras para conquistar clientes –mais da metade deles, porém, levava a tiracolo uma caixa térmica "equipada" de casa.
Vendedores dizem já sentir queda de até 30% nas vendas nesta temporada.
Bruno Poletti/Folhapress
Casal com isopor com bebidas na praia de Maresias; ambulante diz que vendas caíram
"Neste ano, o que a gente vende em uma semana, antes vendia em um dia ", reclama Júnior Pereira, 20, que trabalha na região.
A única zona (quase) livre da invasão das caixas térmicas é a que fica em frente a alguns restaurantes badalados, que chegam a aumentar o valor cobrado de consumação caso isso ocorra —de R$ 20, o valor passa a R$ 35.
O valor se refere ao total cobrado por pessoa para o empréstimo de mesas, cadeiras e guarda-sóis em frente aos estabelecimentos.
Mesmo com a cobrança extra, turistas dizem que trazer a caixa térmica com bebidas extras vale a pena –principalmente para economizar na cerveja, a R$ 11 a garrafa.
"Ontem não trouxemos e a conta ficou em R$ 550 para dez pessoas", afirma a professora Rúbia Amaral, 34, que saiu de Rio Claro, no interior de São Paulo para passar o Réveillon em Maresias.
Nas barracas, uma lata de cerveja pode custar até R$ 7.
SEM DESPESA
"A única coisa que gastei até agora foi uma água de coco", afirma o gerente de novas mídias Diego Felice, 30, no meio de uma tenda com mais de 12 familiares e amigos –incluindo uma caixa térmica com água, cerveja, e salgadinhos.
O casal Fernando Park, 32, e Alessandra Oliveira, 25, também aderiu ao kit com comida e bebida. "É para economizar, vale mais a pena", diz Park. "Ano passado, não trouxe [o cooler] e gastei mais do que o planejado."
A vendedora Carla Maiara da Silva, 17, diz que sentiu uma mudança no perfil da praia nos últimos tempos.
"Estão trazendo mais coolers e tendas. Já trouxeram até churrasqueira. Nunca tinha visto isso."
Nenhum comentário:
Postar um comentário