EDITORIAL
As lendas urbanas sempre existiram, mas desde que foi divulgado um suposto calendário maia prevendo o fim do mundo para 21 dezembro de 2012, as especulações, crendices e precauções não mais acabaram. No entanto, o fim do mundo não está escrito pelos maias em 2012, mas, sim, o término de um dos ciclos do seu calendário, que deverá terminar em 21 de dezembro de 2012. O calendário feito pelos maias, cuja contagem começou em 3.114 a.C., marca períodos de 394 anos, chamados de “baktun”. Os maias escreveram que o significativo 13º “baktun” acaba em 21 de dezembro. Na história da humanidade, várias datas já foram estabelecidas para determinar o final dos tempos e outras virão. Há 3.000 anos, a civilização maia começou a habitar a região que abrange o Sul do México e América entral. Antes da chegada dos espanhóis, os maias foram incorporados pelo Império Asteca. Agricultores, os maias foram os detentores da mais sofisticada e bela arte do novo mundo antigo. Construíram palácios, pirâmides, templos e observatórios astronômicos. Desenvolveram escrita hieroglífica, mapearam fases e cursos de diversos corpos celestes e criaram um calendário considerado um dos mais precisos de todos os tempos.
Com tantos problemas, ainda que o Rio Grande do Sul e o Brasil sejam, hoje, melhores do que há 10 ou 20 anos, ainda assim sonhamos sempre com mais progresso. Antes que chegue o fim do mundo – que não virá, não tão cedo – os espiritualistas nacionais e estrangeiros dão seus conselhos. Nesta época de fantasia natalina, vale citar que a vida não é justa, mas ainda é boa. Devemos pagar – e como o juro é pesado! - integralmente os cartões de crédito. Devemos aceitar discordâncias, bem como chorar com alguém, que é melhor do que chorar sozinho. É preciso se livrar de qualquer coisa que não seja útil, bonita ou alegre, pois ninguém mais é responsável pela nossa felicidade, somente nós mesmos. Finalmente, sempre escolher a vida e perdoar tudo de todo mundo e lembrar-se que o tempo cura quase tudo. Então, dar tempo ao tempo, acreditar em milagres e não esquecer que envelhecer ganha da alternativa que é morrer jovem. Importará, no dia 21 e para o futuro, as pessoas que amamos e os sonhos que tivemos e realizamos.
Antes do fim do mundo, os porto-alegrenses gostariam de ver uma cidade mais limpa, com a ajuda dos próprios moradores, claro; que as obras viárias previstas para a Copa do Mundo fossem completadas e que o trânsito fosse mais organizado. Os gaúchos gostariam de rodovias largas, seguras, bem sinalizadas, abastecimento de água e luz em todos os municípios e estes com acessos asfaltados às malhas estadual ou federal. Os brasileiros, abatidos por tantas vigarices em conluios entre pessoas da área privada, pública e assemelhados, rezam por menos corrupção, menos burocracia, impostos mais baixos e melhor aplicação das verbas públicas, com poucas falcatruas envolvendo pessoas dos serviços oficiais da União, estados e municípios. Talvez seja pedir demais, mas como o fim do mundo não será em 21 de dezembro de 2012, talvez em mais uma década, até 21/12/2022, a situação tenha mudado. Para melhor.
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