PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL - Art.150, § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

POUCA DEMANDA REDUZ PREÇOS

ZERO HORA 01/05/2014 | 08h02


Preços das passagens e hotéis para a Copa estão em queda. Sem grande procura por bilhetes para o Mundial, como previsto, companhias baixam tarifas nos voos entre Capital e cidades-sede


por Cadu Caldas e Caio Cigana



Na contramão do que recomendam manuais de viagem, turistas que deixaram tudo para a última hora encontram preços de passagens menores e hospedagem mais em conta em Porto Alegre durante a Copa.

Faltando pouco mais de um mês para o início do Mundial, bilhetes aéreos tiveram queda de até 86%, e o custo de diárias de hotéis recuou 62% (leia na página ao lado).

Uma passagem de Porto Alegre para o Rio de Janeiro, que custava R$ 1.771 em outubro do ano passado, é encontrada hoje por R$ 252. Se o destino for Brasília, a diferença também é grande e chega a 84%. Para São Paulo, um dos trajetos mais procurados pelos gaúchos, o "desconto" vai até 76%.

Levantamento realizado por Zero Hora aponta que é possível encontrar hoje passagens bem mais baratas do que em outubro para qualquer uma das outras 11 cidades-sede do torneio.

A razão para recuo tão expressivo seria a baixa procura de turistas brasileiros e estrangeiros pelo serviço. Depois de ameaças de órgãos de defesa do consumidor diante da alta de preços observada em outubro do ano passado, coube ao mercado punir as companhias aéreas. Das 11,5 milhões de passagens extras oferecidas para o período da Copa, apenas 12% foram vendidas até a semana passada, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Em janeiro, para atender à maior movimentação de passageiros durante o Mundial e pressionar pela redução do preço dos bilhetes, a Anac autorizou 1.973 voos e anunciou que acompanharia o comportamento dos preços, e verificados eventuais abusos. A cobrança levou a Embratur a encaminhar ofício ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pedindo que fosse estabelecido um teto para aumento nos valores. Como resposta, as companhias lançaram campanhas estabelecendo preço limite de R$ 999. A cerca de 40 dias do Mundial, poucos tíquetes chegam perto disso, sinalizando que a demanda segue abaixo do esperado.

Passageiro fica sem reaver a diferença

Passageiros precavidos, que compraram bilhetes com preços mais salgados em outubro, têm pouca chance de reaver o dinheiro. Quem já pagou uma fábula, apesar do inconveniente, não tem garantia de recuperar a diferença. A redução de preços não fere o código do consumidor, explica o coordenador-executivo do Procon estadual, Cristiano Aquino. Ele recomenda como melhor alternativa para quem se sentiu prejudicado um acerto com a companhia aérea.

Danilo Martins, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens no Estado (Abav-RS), admite que a procura está baixa e o preço salgado das companhias aéreas em outubro prejudicou até a venda de pacotes internacionais.

Diária de hotel caiu até 66,2% em cinco meses

Depois da disparada das tarifas dos hotéis para o período da Copa, os preços caíram até 66,2% e voltam a se acomodar devido à procura muito inferior à esperada e à devolução de quase metade dos 2 mil quartos reservados pela Fifa na Capital.

Levantamento de Zero Hora em novembro do ano passado mostrou que uma diária durante o período dos jogos na Capital chegava a custar até 257,1% acima do valor do mesmo apartamento um mês antes. A alta dos preços também era percebida na serra gaúcha. Esperava-se que os turistas aproveitassem o intervalo entre uma partida e outra para conhecer a região turística.

O aumento de preços foi defendido na época pelo vice-presidente do Sindicato de Hotéis Restaurantes Bares e Similares (Sindpoa), Daniel Antoniolli, que considerou o custo das tarifas "muito bom" em relação ao cobrado no Exterior em outras edições da Copa do Mundo.

Agora, diante da demanda aquém do imaginado, dos 12 estabelecimentos pesquisados, apenas dois mantêm tarifas semelhantes. Em alguns casos, os preços caíram a menos da metade do que eram anunciados há pouco mais de cinco meses.

— Aquilo foi uma especulação. O pessoal estava animado com uma superprocura. Isso foi um sonho. Mas o sonho acabou. Agora estamos na situação real — admite o presidente do Sindicato dos Hotéis de Porto Alegre (Shpoa), Carlos Henrique Schmidt.

As estimativas da entidade são de que apenas nas datas dos jogos e nas vésperas das cinco partidas na Capital os hotéis estejam praticamente lotados. No período da Copa sem jogos de seleções no Beira-Rio, a lotação cai para 70%. No total, calcula o sindicato, a cidade conta com 20 mil leitos em 10 mil apartamentos espalhados por uma centena de hotéis.

Fifa não explicou cancelamentos

Schmidt lembra que, seis anos atrás, a agência oficial da Fifa bloqueou cerca de 2 mil apartamentos na Capital, mas no final de 2013 começou a abrir mão dos quartos. A primeira devolução de reservas ocorreu em janeiro e uma segunda, em março. Com mais vagas disponíveis, os preços foram pressionados para baixo.

— Eles (a agência da Fifa) não deram nenhuma justificativa. Apenas tiveram uma frustração de vendas e devolveram — diz Schmidt.

Com o mercado reacomodado, os turistas que quiserem visitar a Capital durante a Copa vão encontrar tarifas justas, garante o sindicato dos hotéis.




COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - NA Europa vigora uma cultura econômica de reduzir a demanda para abater preços e com isto, comerciantes, prestadores de serviços e governo se obrigam a manter preços e tarifas mais justas. Esta cultura bem que podia criar uma onda no Brasil. Veja o que ocorreu quando a ganância quis implementar a "Lei de Gerson" durante a Copa.

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