ECONOMIA
Gasto recorde de brasileiro no Exterior contribui para rombo. COTAÇÃO DO DÓLAR mais baixa pode ter contribuído para elevar as despesas com viagens. Saldo negativo entre compras e vendas do Brasil com o mundo em abril foi de US$ 8,3 bilhões
O dólar mais barato pode ter influenciado o aumento nos gastos de brasileiros no Exterior. O saldo negativo das compras e vendas de mercadorias e serviços entre o Brasil e o mundo aumentou e bateu recorde para os meses de abril, chegando a US$ 8,3 bilhões, informou ontem o Banco Central (BC).
As despesas com viagens no Exterior representaram US$ 2,34 bilhões, o maior valor desde o começo da série histórica iniciada em 1947. O resultado foi atribuído principalmente ao comportamento do câmbio. Outro fator foi o aumento na remessa de lucros e dividendos. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, os gastos em viagens estão fora do padrão observado no primeiro trimestre, período em que essas despesas estavam desacelerando. Conforme Maciel, ainda não é possível avaliar se o resultado é algo pontual ou o início de uma tendência.
– Tivemos uma valorização em março e abril que pode estar repercutindo nisso – disse Maciel.
As receitas deixadas por estrangeiros em viagem no Brasil chegaram a US$ 547 milhões. De janeiro a abril, as despesas no Exterior também foram recorde ao somar US$ 8,218 bilhões, enquanto em igual período do ano passado alcançaram US$ 8,080 bilhões.
No acumulado do ano, o déficit entre compras e vendas do Brasil com o mundo chega a US$ 33,5 bilhões. Como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), porém, a dívida segue estável em torno de 3,6% desde agosto – e a tendência é de que se mantenha até o fim do ano. Para maio, é esperado déficit de US$ 6 bilhões.
– Há reação na balança comercial, e dados parciais mostram evolução mais moderada de despesas como viagens – disse Maciel.
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