PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL - Art.150, § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

domingo, 22 de junho de 2014

SOBREVIVA AOS JUROS QUE CORROEM O PODER DE COMPRA


ZERO HORA 22 de junho de 2014 | N° 17837


SEU BOLSO. Como vencer os juros que corroem o poder de compra

QUASE UM QUINTO do valor pago pelos consumidores em compras parceladas tem como destino o cofre de bancos ou financeiras



Os juros no comércio, em empréstimos e no crédito rotativo voltaram a subir no Brasil, depois que o Banco Central (BC) elevou a taxa básica de 7,25% para 11% ao ano, na tentativa de abafar a disparada da inflação. Acontece que, com o emprego e a renda em alta, as pessoas continuaram comprando parcelado: o endividamento das famílias em março deste ano ficou em 45% da renda, um ponto percentual acima do registrado quando a Selic voltou a subir, em abril do ano passado.

– Mesmo com o juro em alta, a maior parte das pessoas continua sem calcular o custo do dinheiro. Assim, fatias cada vez mais altas da renda são comprometidas somente para pagar juros – analisa o professor de Economia da PUCRS Wilson Marchionatti.

Esse custo do dinheiro tem pesado no bolso da população. Dados do BC mostram que, a cada R$ 5,30 que o brasileiro gasta em prestação, outro R$ 1 é pago como juro – ou seja, quase 20% do gasto com parcelas vai para o cofre de bancos ou financeiras. E isso corrói o poder de compra dos consumidores, que poderiam gastar mais em produtos ou serviços se as taxas fossem menores.

Em alguns casos, essa proporção é estratosférica. Com taxas de 232% e 158% ao ano, cartões de crédito e cheques especiais absorvem mais dinheiro do consumidor com juros do que com as compras em si. Essas taxas afetam 12% dos usuários de cartão, que preferem parcelar a fatura, naufragando no crédito rotativo, do que pagar a conta cheia, conforme a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).

– Se fizer o cálculo e perceber o tamanho do juro, o consumidor vai chegar à conclusão de que, muitas vezes, vale mais a pena juntar dinheiro por alguns meses para pagar um bem à vista – afirma o consultor financeiro Edward Claudio Jr.

O estudante Leonardo Marchionni faz as contas – dele e da família. Depois de ver a agonia da mãe tentando tirar o nome de um cadastro negativo e suspender o cartão de crédito da noiva para evitar novas dívidas, ele passou a sentar com elas e ajudá-las a planejar cada compra.

– Cartão pode ser uma boa se for bem usado: pagando em apenas uma vez e quitando o valor cheio da fatura. O que não dá para fazer é deixar as dívidas se acumularem e virarem bola de neve – diz Leonardo.




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