PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL - Art.150, § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

domingo, 22 de junho de 2014

PLANEJAMENTO CONTRA O JURO


ZERO HORA 22 de junho de 2014 | N° 17837


ERIK FARINA


PARA VENCER AS taxas elevadas, a melhor estratégia é organizar as contas


Dono dos juros mais altos do mundo, o Brasil ainda teima em ter uma população que desconhece o custo do dinheiro. Dois em cada três usuários de cartão de crédito não sabem o preço que pagam ao parcelar a fatura, por exemplo, e um a cada três cria novas dívidas sem saber quais taxas estão incluídas, mostra uma pesquisa das consultorias Ilumeo e Ricam.

E nem dá para dizer que seriam informações preciosistas. Diferentemente de Estados Unidos ou Japão, onde o juro para empréstimos, hipotecas e financiamentos é irrisório, no Brasil a taxa chega, em média, a 100,3% ao ano, conforme a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). Ou seja: o sujeito toma um dinheiro emprestado, e, ao final de 12 meses, estará devendo o dobro à financeira.

– O juro no Brasil é alto por vários motivos: a taxa básica (Selic) é uma das maiores do mundo, a inadimplência é alta e há muitos impostos na operação dos bancos. Sem contar o spread (margem de lucro do banco em operações), que também é gordo. Isso reforça a necessidade de o consumidor planejar seus gastos – afirma Jorge Augustowski, diretor-executivo da Anefac.

Quem coloca na ponta do lápis os juros em empréstimos e compras tem mais facilidade em identificar o melhor negócio. Habituado a pensar friamente os gastos, o engenheiro Heitor Vicari Júnior costuma comparar o quanto pagaria de taxas se parcelasse com os rendimentos que teria se deixasse o valor da compra investido. Se o custo da parcela for maior, opta por pagar à vista – e pede desconto, claro.

– Se a pessoa só pensa na parcela que cabe no bolso, acaba vivendo endividada. E não faz diferença se ganha muito ou pouco – afirma Heitor.

No mês passado, ele e a mulher, Michele, decidiram comprar um carro mais espaçoso para se preparar para a chegada do herdeiro, prevista para julho. Deram o automóvel usado como entrada, pagaram mais uma parte em dinheiro e parcelaram o restante em 12 vezes.

– Tínhamos dinheiro para pagar à vista, mas não quisemos eliminar nossa poupança. Como a taxa na compra era zero, valia a pena deixar o dinheiro rendendo e ir retirando aos poucos para pagar as parcelas – diz Heitor.

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