PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL - Art.150, § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

SOB O RISCO DO JURO

ZERO HORA 09 de fevereiro de 2014 | N° 17699


CADU CALDAS


R$ 229,2 BILHÕES = 20 X BOLSA FAMÍLIA O QUE PAGAMOS DE JURO AO ANO

A cada ano, uma quantia que chega perto de toda a geração de riqueza do Estado vai rechear os cofres de bancos e empresas que oferecem financiamento



No país que tem o maior juro do mundo, o valor gasto com taxas em um ano seria suficiente para manter 20 programas como o Bolsa Família. São R$ 229,2 bilhões, segundo cálculo feito para ZH pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). A quantia se aproxima do valor total que o Rio Grande do Sul produz em um ano: o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado é R$ 281,2 bilhões.

E neste ano, o número ainda vai inflar, se for mantida a tendência do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) em aumentar a taxa Selic. Esse engolidor de orçamentos ajuda a criar uma legião de endividados e inadimplentes.

– O consumidor não percebe o aumento do juro porque não é expressivo em relação à taxa anterior. No longo prazo, pode comprometer o orçamento familiar – adverte Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Se o valor em juro que todos os brasileiros pagam fosse dividido igualmente entre toda a população, cada cidadão seria obrigado a desembolsar R$ 1,1 mil por ano. Mas há quem gaste bem mais, como o desenhista mecânico Cláudio Fernando Paixão. Autônomo, ficou alguns meses sem trabalhar devido a um problema de saúde. Acabou caindo na teia do cheque especial, uma das modalidade com juro mais alto no país.

A dívida, que era de R$ 3 mil em agosto do ano passado, transformou-se em R$ 7 mil em janeiro. Recuperado, Paixão corre agora atrás do prejuízo e tenta tirar a conta do vermelho. Pretende negociar em 60 parcelas. Sabe que provavelmente terá de pagar ainda mais juros. Mas no momento está mais preocupado em quitar a conta.

Se o brasileiro gastou muito com juro, as empresas não ficam atrás. Segundo as estimativas da Fecomercio-SP foram R$ 134,9 bilhões em 2013. Esse valor só não foi maior porque o empréstimo para pessoas jurídicas costuma ser mais barato.

– Junto com os tributos, a taxa de juro come boa parte da renda do país – afirma Altamir Carvalho, assessor econômico da Fecomercio-SP.

Se o juro médio de crédito para pessoa física caísse, por exemplo, de 2,6% por mês para 1% – mais próximo de padrões internacionais –, sobrariam R$ 140 bilhões que poderiam ser direcionados para o consumo.

Os recursos drenados dos orçamentos familiares e dos planos de investimentos das empresas recheiam cofres de bancos e até de redes de varejo, que nos últimos anos descobriram na oferta de crédito outra fonte de lucros.


Em ascensão

POUPANÇA, FUNDOS DI E CERTIFICADO DE DEPÓSITO BANCÁRIO (CDB)

As aplicações financeiras sobem e descem com o juro. Confira quais ganham e quais perdem com Selic em alta
- Ganham: os juros altos favorecem aplicações pós-fixadas, aquelas que variam de acordo com a taxa de juro. Os prefixados, que já definem o rendimento no momento da aplicação, ficam menos vantajosas.

AÇÕES
- Perdem: juros altos costumam ser ruins para a bolsa. Com aplicações mais seguras, como a poupança, rendendo mais, arriscar no mercado de ações fica menos atrativo. Tesouro Direto
- Depende: há dezenas de opções disponíveis. As Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) acompanham a taxa Selic, portanto rendem mais quando o juro sobe. Outros com alta procura, como Notas do Tesouro Nacional (NTN-B), são vinculados à inflação. Como o juro é usado para reduzir a alta de preços, pode representar ganhos menores, mas nem sempre funciona.

FUNDOS DE INVESTIMENTO
- Depende: cada fundo varia confirme os rendimentos dos ativos que o compõem. Também precisam de aconselhamento na escolha.


Na ponta do dedo

JUROS FÁCIL PARA ANDROID GRATUITO
Conheça alguns aplicativos para smartphones que podem ajudar você a cuidar bem do seu bolso
- Bastante prático, permite saber quanto você paga de juro em empréstimos pessoais e no cartão de crédito e calcular o saldo devedor de financiamento imobiliário, nas tabelas SAC, Sacre e Price.
- A versão paga do aplicativo permite também calcular juros em financiamento de veículos. Todos os dados podem ser compartilhados por SMS ou e-mail.

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- Além de calcular valor de parcelas, custo do financiamento e número de prestações a pagar, o aplicativo ainda converte taxas de juros anuais para mensais ou vice-versa, com precisão de quatro casas decimais.
- O usuário também pode ver a diferença de valores do bem à vista ou pago em prestações.

MEUS CARTÕES PARA IOS US$ 1,99
- Para aqueles que utilizam mais de um cartão de crédito, o aplicativo é bastante útil. O programa ajuda no controle dos limites disponíveis, parcelamentos e datas de vencimento.
- O app tem a opção de integrar-se com o Foursquare, para facilitar o registro de locais das compras. E é possível ordenar as faturas por nome das despesas, data ou valor das compras.



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