SOB O RISCO DO JURO
Com faturas de dois cartões de crédito atrasadas, seis parcelas do empréstimo pessoal em aberto e algumas contas de lojas não pagas, Israel Castro dos Santos, de Cachoeira do Sul e morador em Porto Alegre, sabe o estrago que o juro pode fazer. Seis meses sem emprego foram o suficiente para desandar o orçamento. A dívida, que inicialmente somava pouco mais de R$ 800, praticamente dobrou.
Sair da inadimplência no Brasil é tarefa ingrata. O juro do cartão de crédito, por exemplo, é o mais alto da América Latina. Ao usar o chamado rotativo, quando não se paga toda a fatura, o usuário é obrigado a desembolsar em média 280% ao ano. E há taxas maiores. Na Argentina não chega a 36%. Apesar de menor, o juro do empréstimo pessoal também não é baixo quando comparado a países como os Estados Unidos.
Com um novo emprego, Israel tem a ajuda da namorada, Sandra Regina Moraes, para sair da situação. Ela pretende renegociar a dívida até chegar a um valor justo.
– Tu compra uma calça e acaba pagando duas, três. Acho esse juro abusivo – critica.
Organizada com as próprias despesas, Sandra conta que é complicado comprar tudo à vista quando as contas são apertadas.
– Pobre não precisa pagar juro alto. Tem de pesquisar, procurar uma boa oferta. Às vezes, os vendedores dizem que o juro é zero, mas na verdade não é – reflete.
Mesmo sabendo que o juro no cartão de crédito é mais alto do que o do empréstimo pessoal, Israel pretende dar atenção igual às duas dívidas em vez de privilegiar a taxa mais salgada. O objetivo é tirar o nome do cadastro de maus pagadores o mais rápido possível.
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