PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL - Art.150, § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

O PREÇO DA CASA PRÓPRIA


ZERO HORA 09 de fevereiro de 2014 | N° 17699


SOB O RISCO DO JURO

Financiamentos imobiliários, que costumam ser contratados até por quem tem disciplina no orçamento, podem esconder custos adicionais



Filhos estão saindo cada vez mais tarde da casa dos pais, é verdade. Passada essa etapa, é preciso enfrentar a vida de inquilino ou começar a fazer as contas e obter crédito imobiliário para comprar a própria residência.

Parcelar a compra de um imóvel tem sido a opção de cada vez mais pessoas. Os financiamentos imobiliários no Brasil bateram recorde em 2013 e somaram R$ 109,2 bilhões, crescimento de 32% em relação a 2012. A expectativa é de crescimento robusto também em 2014, de cerca de 15%, divulgou a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

O avanço expressivo, segundo especialistas, é um reflexo do mercado de trabalho aquecido. Com mais gente empregada e aumento de renda da população, mais pessoas buscam realizar o sonho da casa própria. Outro fator que pode ter impulsionado o crédito imobiliário foi a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) que no ano passado elevou o teto de financiamento imobiliário com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de R$ 500 mil para R$ 650 mil ou R$ 750 mil – dependendo da região.

– Para fazer a melhor escolha, é preciso entender algumas questões que irão influenciar diretamente na composição do valor das parcelas, como taxa de juro e o sistema de amortização, que é como o cliente paga a quantia que de fato pegou emprestado com o banco – explica Samy Dana, professor de finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV) e autor do livro 10x sem Juros, Saiba Como Se Proteger das Armadilhas do Crediário.

Na prática, as taxas de juro cobradas pelas principais instituições financeiras variam de 9% a 12% ao ano. Mas há opções mais baratas, em torno de 4,5%, que correspondem a programas habitacionais subsidiados pelo governo, como o Minha Casa Minha Vida.

Atenção aos custos adicionais

O valor que o cliente pega emprestado no banco e o juro que paga por ele não são os únicos custos. O Banco Central obriga todas as instituições financeiras a informar o Custo Efetivo Total (CET), que corresponde a todos os encargos e as despesas incidentes nas operações de crédito.

– Sobre o financiamento, incide uma série de custos adicionais, como taxas administrativas e seguros, que podem dar um peso extra no bolso. Somente com esses custos em mãos é possível fazer uma comparação consciente. Muitas vezes, o banco que tem a menor taxa pode ter uma prestação mais cara por conta dos custos inclusos, como seguros, avaliação do imóvel e serviços administrativos – diz Miguel Oliveira, diretor executivo de Estudos Financeiros da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Especialistas recomendam não comprometer mais de 25% da renda mensal com a prestação do imóvel. Mas se um dinheiro extra aparecer, abater parte do financiamento e diminuir o tamanho ou o número de parcelas é uma boa alternativa.

– Os juros que os bancos cobram pelo financiamento, em geral, são maiores do que aqueles que as instituições financeiras remuneram na poupança ou em títulos – afirma Samy Dana, da FGV.




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