PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL - Art.150, § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

GELADEIRAS E FOGÕES MAIS CAROS

ZERO HORA 08 de fevereiro de 2013 | N° 17337

IMPACTO NO BOLSO

Pressão da indústria para repassar custos e aumento do IPI provocam impasse com lojistas e reduzem estoques de produtos



Diversos modelos de fogões, geladeiras e máquinas de lavar já estão mais caros – e não apenas em razão da volta gradativa do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Fabricantes pressionam o varejo para reajustar toda a linha, alegando aumento de custos. Essa negociação já estaria provocando escassez de produtos mais populares.

As principais redes de comércio do Estado têm sido procuradas pela indústria nas últimas semanas para discutir prazos e condições para elevar os preços. Manlec e Colombo admitem que há pressão dos maiores fabricantes, como Electrolux e Whirlpool, dona das marcas Consul e Brastemp.

– A indústria argumenta que o custo da mão de obra e do aço tem aumentado nos últimos meses e há necessidade de subir os preços – afirma Atílio Manzoli Júnior, diretor da Manlec e conselheiro da Câmara dos Dirigentes Lojistas da Capital (CDL).

Conforme Manzoli, as negociações iniciaram em meados de 2012, mas nos últimos meses parte dos fabricantes começou a reajustar os produtos. O varejo tentou evitar o repasse imediato, substituindo marcas e produtos mais caros por outros que não elevaram os preços.

– Por enquanto, dá para compensar reajustes negociando com fornecedores, mas em algum momento chegará ao consumidor – alerta Manzoli.

O valor pleiteado pela indústria não é revelado pelo varejo por questão estratégica (cada rede negocia sob diferentes termos), mas, conforme analistas, varia de 2% a 3%. Gustav Gorski, economista-chefe da Quantitas Asset, destaca que algumas altas já ocorreram em janeiro, o que aponta uma reversão na sequência de corte de preços nos meses anteriores. Embora parte do varejo não admita o aumento, o repasse já é constatado em pesquisa de inflação. Conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), houve alta de 1,72% nos fogões e de 1,13% nas geladeiras no mês passado.

Uma nova alta poderá ser sentida pelo consumidor

Em fevereiro, parte da alíquota de IPI reduzida foi reposta, o que implicará nova alta de preços, possivelmente além da diferença do imposto.

– A pressão por reajuste é maior para geladeiras e freezers. Como a indústria já está cobrando mais, o consumidor começará a perceber preços maiores já neste mês, conforme recebemos produtos com os novos valores – explica o gerente de compras da Colombo, Leandro Arruda.
ERIK FARINA



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