PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL - Art.150, § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

DRAGÃO À SOLTA


ZERO HORA 8 de fevereiro de 2013 | N° 17337


IPI maior eleva inflação ao nível mais alto desde 2005

Alimentos e elevação das alíquotas do imposto sobre carros pressionam preços e podem frear dólar



Com alta de 0,86% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação de janeiro foi a maior desde abril de 2005, quando havia ficado em 0,87%. No final do dia marcado pela divulgação do indicador preocupante, o dólar fechou com a menor cotação desde 11 de maio de 2012, sinal de que o governo deve usar o câmbio para conter a alta de preços.

Considerado apenas o mês de janeiro, o resultado do IPCA foi o mais alto em uma década. Em janeiro de 2003, depois da disparada do dólar provocada pela eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, no ano anterior, o índice havia alcançado 2,25%. O indicador é considerado oficial no Brasil por servir de referência para o acompanhamento do regime de metas de inflação do Banco Central (BC). Outra consequência foi a elevação das apostas em um aumento da taxa básica de juro (Selic) ainda para este ano.

– Está ainda mais claro que o IPCA acumulado em 12 meses vai ficar no intervalo entre 6% e 6,5% até agosto. Dificilmente fica abaixo de 6% nesse período – apontou Fábio Romão, economista da LCA Consultores.

Conforme o regime de metas, o BC tem de calibrar o juro para manter a inflação em 4,5% ao ano, com um intervalo de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Caso ultrapasse o teto, o presidente é obrigado a escrever uma carta pública justificando o estouro da meta.

Cresce preocupação com intervenção no câmbio

Entre os componentes de maior pressão sobre o IPCA, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estão automóveis novos, que ficaram mais caros devido à volta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O preço do automóvel novo subiu 1,41% em janeiro, terceiro maior impacto no mês. A maior alta por item foi o cigarro, que subiu 10,11% também em decorrência de elevação do IPI. Além disso, os alimentos fizeram o índice subir: ficaram 1,99% mais caros, o que correspondeu a 56% da inflação do mês.

– Depois dos dados de inflação divulgados hoje (ontem), o mercado está ainda mais preocupado sobre o governo voltar a intervir no câmbio – avalia Pedro Galdi, analista da SLW Corretora.

Nos 12 meses terminados em janeiro, a inflação já acumula alta de 6,15%, afastando-se ainda mais do centro da meta.

– Também tem a questão de demanda. Se as famílias consomem mais, isso propicia que os reajustes (de preços de alimentos) sejam repassados, inclusive na refeição fora de casa, no lanche – observou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

As chuvas prejudicaram a oferta de produtos como tomate, batata-inglesa, cebola, hortaliças e cenoura, mas os aumentos foram generalizados.

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